Revisor: Diego Belandrino Swerts
Título: Migraine and the risk of cardiovascular and cerebrovascular events: a meta-analysis of 16 cohort studies including 1.152.407 subjects
Autores: Mahmoud AN, Mentias A, Elgendy AY, et al.
Revista: British Medical Journal (BMJ)
DOI: 10.1136/bmjopen-2017-020498
Link: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6313424/
O estudo foi feito para atualizar os efeitos da enxaqueca a longo prazo em eventos cardiovasculares e cerebrovasculares. Dezesseis estudos do tipo coorte foram incluídos, com 394.942 pessoas com enxaqueca e 757.465 pessoas sem enxaqueca. As variáveis analisadas foram eventos cardiovasculares ou cerebrovasculares maiores (MACCE), acidente vascular encefálico (AVE) (isquêmico, hemorrágico, não especificado), infarto agudo do miocárdio e mortes por todas as causas.
De acordo com os hazard ratios, possuir enxaqueca aumenta o risco de MACCE de 1,26 a 1,60, com 95% de confiança. Além disso, o risco de AVE é de 1,25 a 1,61 e o de infarto de 1,03 a 1,43, em relação a pacientes sem enxaqueca. Fato interessante do artigo é a presença de aura na enxaqueca como modificador de efeito, aumentando o risco de AVE para 1,30 a 1,87. Além disso, quando separado a enxaqueca sem aura, esta não mostra significância estatística em relação ao AVE.
O estudo possui metodologia muito bem definida, com linguagem simples e objetiva, com análises interessantes, como a separação da análise em homens e mulheres, mostrando o efeito maior da enxaqueca sobre as comorbidades na mulher em relação ao homem. Desse modo, indico a leitura.
Legenda da Figura: Efeitos aleatórios ajustados para os diferentes tipos de AVC.