Francisca Goreth Malheiros Moraes Fantini
Título de Especialista em Neurologia e Neurofisiologia Clínica
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cefaleia
Coordenadora do CEP-ABN
INTRODUÇÃO
Esta abordagem sobre as cefaleias secundárias visa orientar o público leigo uma recomendação diante da queixa específica de “dor de cabeça”, tendo em vista a elevada frequência com que remete os pacientes a procurarem atendimento nos ambulatórios, consultórios, Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Emergências.
As Cefaleias, ou dores de cabeça, Secundárias são caracterizadas por apresentarem um início recente e estarem relacionadas a uma causa específica, há uma condição para a dor de cabeça, e será identificada nos exames que forem realizados, havendo remissão parcial a total, até três meses do início, firmando-se assim os três critérios reconhecidos para que a dor de cabeça seja considerada secundária, editados na Classificação Internacional de Cefaleia (ICHD-3 Beta).
Para melhor compreensão, as Cefaleias Primárias (exemplo as enxaquecas, cefaleias tensionais, cefaleia em salva), são diagnosticadas clinicamente, através da Anamnese e Exame Físico geral e neurológico, absolutamente normais, não sendo necessário investigação através de exames, fazendo-se mister o diagnóstico diferencial entre ambas.
SINAIS DE ALERTA (RED FLAGS)
Os principais sinais de alerta para distinguir as cefaleias secundárias das cefaleias primárias, residem nas características da dor de cabeça, e em outros sinais e sintomas que ocorrem ao mesmo tempo, coletados na anamnese, associados ao exame físico. São eles:
CORRELAÇÃO DAS CEFALEIAS SECUNDÁRIAS COM OS SINAIS DE ALERTA
A anamnese cuidadosa e o exame físico continuam a ser a parte mais importante da avaliação do paciente com dor de cabeça. Uma história completa deve investigar o aparecimento de dor de cabeça, qualidade, localização e irradiação de dor, sintomas associados experimentados antes e durante a dor de cabeça, condições médicas concomitantes, uso de medicação, trauma ou intervenções recentes, etc.
O exame físico geral e neurológico deverão direcionar a identificar anormalidades que foram coletadas durante o histórico do paciente. Chamamos atenção para:
PODEMOS DIZER QUE HÁ PACIENTES COM BAIXO RISCO PARA CEFALEIA SECUNDÁRIA
As crianças, jovens, pacientes afebris, história familiar pregressa de enxaqueca, e sem sinais de irritação meníngea, exame neurológico normal.
INVESTIGAÇÃO
Em pacientes com dor de cabeça com uma ou mais "bandeiras vermelhas", um estudo de diagnóstico é indicado, e serão selecionados de acordo com a história e os achados ao exame físico do paciente. Incluímos os exames de sangue, estudos de neuroimagem e exames de líquido cefalorraquidiano:
TRATAMENTO, PROGNÓSTICO, E CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tratamento e o prognóstico dependerão da etiologia da dor de cabeça. O reconhecimento imediato e o tratamento precoce da dor de cabeça secundária são essenciais para evitar algumas complicações evitáveis, e algumas vezes fatais. A nossa recomendação, “é o alerta”, para que diante de quaisquer um deste sintomas ou sinais abordados, “o paciente procurar imediatamente um neurologista”.